top of page
Maria das Mercês Freitas da Costa Miranda
Nasci no Funchal a 24 de Setembro de 1925.
Herdei do meu pai (havia entre nós afinidade de ideias e sentimentos, misto de ternura e de respeito) este temperamento nervoso e colérico!
A última cena que me lembro: Tinha 13 anos. Em vésperas do exame de Desenho geométrico. Sentada a uma grande mesa, tinha ali espalhadas as esquadrias que preparava para levar para o dito exame. Vem o meu irmão - brincalhão como ele só - e dá-me um l igeiro abanão.
A pena caíu-me das mãos e foi pousar em cima de uma das minhas «obras de arte». Como se me tivessem tocado fios de alta tensão dei um salto e um «berro» e fui para o vão da janela vociferar e chamar pela mãe, que apareceu logo. Creio que me encontrou a bater os pés no chão!. Quando eu pensava que ela me ía dar uma boa bofetada, deu-me uma bela lição. Sentou-se serenamente, fez sinal ao meu irmão para se retirar e, com a ponta do canivete, deixou- me folha completamente limpa. Era assim minha mãe - serena, paciente, discreta. Mas também sabia ser enérgica. E eu, naquele momento, já tinha experiência disso! Dei muito trabalho e sofrimento à minha Mãe para me «domar». Quando comecei. com grandes intermitências, a minha caminhada espiritual, ao darem-me a entender que este defeito me prejudicava muito, comecei a dar-lhe guerra..."
Testemunho das Irmãs que conviveram com ela
«Ela era completamente mansa e calma...»
Carmelita Descalça
bottom of page