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A ERMIDA TERESIANA

Fotografia de fundo:Ermida da MÃE DE DEUS no Carmelo da Guarda

«Stª Teresa de Jesus (Ávila), não satisfeita com a atualização feita do deserto dos nossos antigos padres do Monte Carmelo, que é a Comunidade Descalça, levada da sua fidelidade criativa «inventará» uma cópia familiar do mesmo deserto, como um lugar singular onde procurar refúgio, que é a ERMIDA, uma espécie de "santa Sanctorum" da Comunidade. Já não nos desertos materiais e longínquos mas dentro da Solidão da Comunidade onde cada carmelita pode retirar-se para se encontrar com o Senhor, na Oração.

 

Logo que criou S. José de Ávila e levada dos seus anelos solitários, construirá as primeiras ermidas que chegaram a  serem 13: lugares íntimos onde cada descalça desabafava as suas ânsias místicas, ao amparo de alguma imagem devota que motivavam o seu fervor. Teresa, claro está, era a primeira!

A Ermida era o seu lugar preferido de encontro e diálogo com o Senhor... "Fui, estando assim (com pena) a uma ermida bem afastada, como existem neste Mosteiro, e estando numa onde está Cristo preso à Coluna escutei: "Espera, filha, e verás grandes coisas...!" (F1,7) e assim noutras ocasiões, como por exemplo na Ermida de Nazaré onde o Senhor a surpreendeu com os "4 avisos para os Descalços". As ermidas eram, pois o seu refúgio e as monjas sabiam que deviam procurá-la lá quando fosse necessário, mesmo á noite, como daquela vez, entre outras tantas, que a Ir Isabel de S. Domingos, a encontrou a "arder" em queixumes amorosos...!

Não é para admirar que o exemplo de Santa Teresa se alastrasse e que a «ERMIDA» recebesse carta de cidadania na Comunidade Teresiana.

Não faz falta dizer que a ermida tornou-se "consubstancial" da Comunidade Descalça. À medida que se íam fundando os novos Carmelos, foram-se levantando igualmente ermidas para o Retiro solitário das Irmãs. Foi assim que, desde o princípio, St Teresa, por mais que insistisse na pobreza e que as casas fossem pequenas e pobres, dizia: " Se pelo muito encerramento tiverem campo e ermidas para se retirarem a orar, porque esta miserável natureza o necessita, muito bem! que seja em boa hora!" (CE2,9), ou nas Constituições: "que não falte campo para fazer ermidas, para que possam retirar-se para a Oração" (Const. 32), e por isso, deixou estabelecido para as gerações vindouras de descalças que: " Todo o tempo que não andarem com a Comunidade ou nos seus ofícios, cada uma esteja sozinha nas celas ou ermidas que a Prioresa designar que é  o lugar do seu recolhimento".» (cf  O deserto, doutrina e vivências teresianas - Alfonso Ruiz Calavia OCD)

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