Carmelo da Santíssima Trindade
Monjas da Ordem dos Irmãos Descalços
da Bem-Aventurada Maria do Monte Carmelo
SANTA TERESA DE JESUS
Mãe do Carmelo Descalço
Escritora; Mestra da Vida Espiritual ; Mística
Poetisa e Doutora da Igreja
Teresa de Jesus, (1515-1582) Carmelita no Mosteiro da Encarnação em Ávila, sem ter a intenção clara de reformar a própria Ordem nascida no Monte Carmelo, procurou, por todos os meios, aproximá-la da Regra que os primeiros eremitas nossos irmãos, viveram nesse Monte onde o Profeta Elias obteve a vitória sobre os profetas do ídolo Baal. A Regra vivida neste Mosteiro tinha sofrido, por causa das guerras e das pestes ao longo dos séculos, Bulas papais que atenuavam o rigor da mesma. Na verdade, devido ao número excessivo de irmãs, à licença obtida para não guardarem a clausura, a presença de muitos leigos dentro da mesma e a frequência das visitas, dava muito pouco lugar ao silêncio, à solidão e oração contínua de que a Ordem gozara nos
tempos primórdios na antiga Palestina e na Europa aquando da sua expansão. Teresa viveu neste ambiente e experimentou os seus graves inconvenientes. Foi depois de por em marcha o seu projeto de vida que se encontrou com a «Regra dos eremita» anterior à da que se vivia no Mosteiro da Encarnação e fê-la sua, porque exprimia o que ela tinha no coração!
« Interessavam-lhe duas coisas: A SOLIDÃO E A COMUNIDADE, ambas bem «combinadas»: A Solidão da Comunidade que ela exprimirá através daquilo a que ela chama: «grande encerramento» (Clausura estrita) e solidão das irmãs, mas dentro de uma Comunidade. É justamente isto que ela encontra na Regra dos eremitas aprovada por Inocêncio IV. Por isso, usa termos indicadores, por exemplo :
-
Quando Teresa escreve: "Aqui somos um Colégio de Cristo"; "Casa da Virgem"; "Pombaizitos da Virgem" ou fala em «andar com a Comunidade», está a sublinhar o dado cenobítico da Regra
-
Quando diz que «somos eremitas» que " a solidão é a sua consolação" ou que o ideal das Irmãs reunidas no seu 1º Mosteiro da Reforma é viver "sozinhas com ELE somente!" está a reafirmar a primitiva inspiração eremítica e contemplativa da Regra.
-
Ou quando ela sintetiza numa expressão muito bela o IDEAL DE VIDA dos seus Mosteiros que engloba toda a Regra: "Pretendemos não ser apenas monjas mas também eremitas".»
Algumas palavras de Teresa:
«Fazer um Mosteiro com grandíssimo encerramento, fundadas em oração e mortificação!» (Carta ao seu irmão Lourenço a 23-XII-1561)
«O Recreio serve não só para alegrar as Irmãs, mas também para que cada uma aprenda a conhecer as suas próprias faltas e tomem um certo alívio para levar melhor o RIGOR DA REGRA...!» (Do livro das Fundações)
«Pareceu-nos muito necessário as Constituições para podermos cumprir a REGRA com mais perfeição» (cf Vida 36,27)
«Filhas minhas e senhoras minhas, por amor de Deus lhes peço que tenham em grande conta a guarda da REGRA e das CONSTITUIÇÕES, que se as guardarem com a perfeição requerida, não é necessário outro milagre para canonizá-las!» (Testamento oral às suas Irmãs)
« Ao fundar o Carmelo de S. José em Ávila, a Santa Madre Teresa quis pôr-lhe clausura estrita, (deserto) não por simples comodismo nem para livrar de perigos exteriores, mas para criar um ambiente propício (silencio) àquela interioridade (Oração contínua - desejo de Deus) em que queria que cada uma vivesse para atingir o alto grau de amor a que devia aspirar. Essa Clausura seria partilhada com um reduzido nº de Irmãs (Comunidades pequenas), o que evitaria a distração do fundamental (União com Deus) e facilitaria a união fraterna (Comunhão de vida) »
Madre Maria das Mercês- fundadora do Mosteiro na Guarda